sábado, 11 de maio de 2013

Inocência

Quando vi o farol vindo de encontro à minha face, rejeitei
Pensei no que de mais podre havia em minha vida e segui a luz, apenas aguardando a batida
Por apenas um milésimo de segundo, perdi a visão, perdi a voz, e a reação foi algo que me faltou, subitamente

Lembranças, promessas e solidão rodearam aquela rua escura, repleta de frio e saudade
As palavras me faltam até agora, e a imagem do farol, ah, a imagem do farol me persegue
Tudo que pedi no após, foi reconhecimento, lágrimas de felicidade por continuar vivo, mas palavras não me confortaram, e a lembrança de meu corpo estirado, ali, mesmo que em pensamento, preencheu cada veia morta em meu corpo e me fez respirar o ar puro das grandes metrópoles, corrompendo meus pulmões e até mesmo meus pensamentos.

Sinto ter de lembrar, de imaginar e reviver, a cada segundo, a vinda do farol.