sábado, 21 de março de 2020

A rosa

Por entre as farpas de um caminho mal pavimentado, encontrei como refúgio uma rosa
Minhas mãos, trêmulas, quando a toquei tornaram meu ser completo

A imensidão dos traços
Os abraços do teu perfume
O sorriso encabulado ao sentir o toque
Nem teus espinhos detiveram meu amor
Tua cor vibrante, prazer incessante, me guiavam ao esplendor

Preparo-te um altar, bela rosa
Ao centro do meu peito
Meu coração, de portas abertas, espera teus trejeitos

Tuas brasas, doce rosa, dignas de lágrimas
Ao despedaçar cada centímetro de arrogância presente no meu eu

Em meio aos fatos, beijos amargos roubados, papéis amassados e a certeza,
Sentados nós dois à mesa, descobri que não sou teu.

Ferreira, R.