segunda-feira, 25 de novembro de 2019

As divinas memórias de um homem qualquer

Não trago flores, nem bons conselhos
Trago no olhar várias lembranças, em meio a sorrisos curtos e fumaça no peito
Quem era eu, em um passado nem tão distante? Nada além de um pensamento, à mercê do marasmo dos fios dos seus cabelos, em meio ao vento e a solidão do tempo.

Quantas histórias, ah!
Conheci a ternura e o relento, conheci a bondade, a maldade, a doçura e o esquecimento
Aprendi sobre feiticeiras, sereias e notas soltas em uma canção inacabada
Conheci uma família, doses de afeto e carinho, mas também conheci a solidão da estrada.

Conheci alma penada, o mal que não morre e a bondade que não tarda, aprendi a amar, aprendi a odiar, aprendi a falhar em palavras mal faladas
Eu amei o ego, a humildade, meu lado altruísta e o sonhador, sonhei com justiça , pijamas de listra, com fascínio que não gera dor.

Eu me fiz com rimas, nasci poeta
Desvendando a miséria e a unindo ao luxo que me dei nessas palavras incertas
Os laços que me amam são como um nó mal dado em uma gravata, sufocando e me embalando nesse abismo de frases largas.

- R. Ferreira


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