sábado, 2 de fevereiro de 2019

Restos

O golpe, crucial
Será o final?

O início de uma trajetória ou apenas o fim?
Enquanto namoro as facas da gaveta
Enquanto permaneço jogado à sarjeta

Eu imploro, grito e continuo implorando por misericórdia

Pra onde foram meus sorrisos?
Onde estão meus dentes amarelos e mal cuidados?

Ironia ou realidade?

Sinto o peso fatal da cobrança

O machado que separa minha cabeça do corpo
Enquanto urro como um animal, aos prantos

Dor inigualável

Submisso à tristeza e depressão, me entrego

Estou aqui, santa morte
Busque meus restos, querida
A alma já partiu, sem volta, pro inferno.

- Rodrigo Neves



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