segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Sensualize-me

Meia-noite. Os ventos uivam à janela
Tudo sem cor, sem vida
Tudo é esquecido, e segue-se a sequência prevista dos fatos.
Mais uma noite. O calor me traz o frio. Sim, contradições me definem, no agora
E o arrepio na pele que dá
O tremor das mãos
O ranger dos dentes
O barulho
O nosso barulho!

Teu sorriso de desejo e tuas garras afiadas penetrando minha pele, enquanto celebramos a magia do calor de nossos corpos

Oh, doce menina, leva-me ao orgasmo mais profundo, novamente
Rasgue meus sonhos como fez àquela ocasião, com o bilhete que lhe dei
Lembra-se? Eu e você, naquele jantar, à luz de velas... Naquela noite te prometi minha solidão, então lembra-te com gosto!

Não esqueças-te do mel, que corria por teus lábios, colava em tua pele e matava cada pedacinho meu

Ah peste! suculenta aos olhos de quem vê, porém, venenosa e maléfica à quem te toca.
Oh amor! sonho vívido e cheio de brilho que consome minhas entranhas em mais um ritual de autodestruição, gargalhadas em vão, notas de cem enroladas e jogadas pelo quarto.

Quero tuas mãos me acariciando, julgando cada centímetro do meu corpo, em vão

Jogando-me ao mausoléu da solidão
Criando em mim uma necessidade extrema de ser amado e odiado, de ser devorado por teus olhos claros que não me expõem ideia alguma

Deixe-me sorrir, por favor, é meu último pedido

Deixe-me sorrir ao te sentir, massageando meu ego e destruindo meu futuro
Venha amor, sente-se sobre meus anseios e morda meu pescoço, quebre do meu corpo cada osso
Deixe-me com um pouquinho mais desse sabor insosso, chamado solidão.

- Rodrigo Neves

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