quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Devaneio

Não! Não pretendo alcançar a morte, menos ainda esquecimento. Almejarei apenas sabedoria e desprezo.
Tua voz trêmula e teus argumentos de faixada não me convencem mais! Porra! Desisto de tentar entender o contexto, muito menos irei vivê-lo na busca de um final feliz.
Enquanto esta noite, em algum campo arborizado, você desfila, em seu vestido de gala, esbanjando graça, escondendo suas fraquezas e fugindo de si mesma, eu continuo andando pela casa e tomando doses cavalares de café.
Desejo-lhe comemorações, uma garrafa de champanhe cara, morta pela metade, um novo amor e um sorriso espontâneo. Pretendo permanecer estático perante tal conto infantil, denominado amor.
Desejo que teu tormento continue maquiado, fingindo ter e ser, mas sofrer, ao rodear diversas vezes o espelho ao me procurar, e ver que parti.
Fugiu
Esqueceu, Esvaiu-se e se perdeu em uma bolha de orgulho.
Seu rosto, em minhas lembranças, já não me serve de consolo, serve-me de inspiração para tramar mais uma batalha odiosa e repugnante dentro de meus pensamentos, enquanto o sangue fresco preenche os recipientes, cautelosamente, colocados sobre a mesa.
Desejo-te longe, afasta-te de mim, por obséquio, preciso reaprender a odiar.

- Rodrigo Neves

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