domingo, 9 de dezembro de 2012

Proporção

A normalidade escassa foge do véu, rasgado pela luz
Tuas palavras vãs servem-me como uma faca, acariciando meu rosto com sua lâmina
Com pesar que digo cada palavra, repetidamente, olhando nos teus olhos.
Minha vontade já não é mais a mesma, e o fato de segurar o choro, em meio a meus sorrisos amargos, mata-me por inteiro
Onde está, doce menina? Fostes embora sem ao menos dar-me o beijo tão esperado por semanas
Deixou o acaso dominar nossas coincidências, e a extensão dos tecidos mudar sua opinião.

Sinto-me traído pela minha própria face, sem valor, ao deparar-me com meu semblante semi-morto ao espelho.
A proporção de um fim foi maior que a esperança de um final feliz, e hoje, mato meus anseios, sem pudor e sem medo
Deixe-me aqui, prefiro morrer lentamente, e não receber uma lágrima sequer de troco
Jogue-me a solidão, sei que ela cuidará bem de mim, enquanto apodreço ali, sentado naquela esquina, esperando você voltar.

- Rodrigo Neves

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