terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Anne

Branca como a neve, como haveria de ser
Olhos claros condizentes com a esperança

Haveria mais bela lembrança?

O destino afasta os traços, os toques, a nitidez da feição
A esperança une a vontade, saudade, reflexão.

Teus cachos claros dignos de um poema
Tua mão pequena, ah, peralta, meu dilema!

Enquanto rabisca as paredes recheando meu mundo com a chama da calma
Fazendo minhas mãos, trêmulas, serem reavaliadas

Costumes, vícios, cada cicatriz abandonada após tua primeira palavra

Quando olha em meus olhos, fixamente, floresce tons de branco e lilás por toda a casa
Teu olhar de mel, teu exalar de rosas.

Sinto, pequena!
Sinto não ter te mantido à distância de um colo
Não ter existido em tuas memórias
Hoje apenas sobrevivo
Senti, sem ti, o que é não sentir nada. 

- Rodrigo Neves


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