quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Desespero


Sobrevivendo no inferno, faço-me abrigo
dos meus mais suaves desesperos, do choro contido
Faz-se luz à sombra dos meus pés, nada que realmente haja valia
Um terno engomado
Futuro roubado
Demasiada destrutiva euforia

Uma dança lenta defronte o espelho, os pulsos tingidos enquanto pingam ao chão batido
*As batidas do coração se contêm
Abrigo? Ilusão? Qual o sentido?
Nada sobrevive aqui nas entrelinhas dos meus pensamentos

Passeios e tempo perdido
Por que perdestes toda a ternura ao estar comigo?
Os beijos roubados sem sentido
O sádico e dócil castigo

A alma pura que se auto-mutila
O sorriso que se esvai e perde a grandeza
A saudade que mata meus anseios e a realidade em surtos de auto-avaliação e repentina tristeza 
Momentos em vão, enquanto apunhalo novamente meu coração, quanta saudade da solidão
que tanto me confortava.

- Rodrigo Neves

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