quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Despedida

Estás liberta, princesa
Encontre tua paz em outro abraço
Em um lindo pôr do sol, à beira de um lago qualquer


Desvia a tua face
Não és minha! mulher.
E como se nunca te amaste
rasgue meus sonhos, como bem quiser.

Escrava do desejo 
Sufocando, aos beijos, deliciando-se ao prazer da tua vontade
Esperando cada noite pela entrega à insanidade
Anseia pela destruição das tuas lembranças
Pela busca incessante, em meio ao orgasmo que renova teu semblante, por mais esperança.



Pausa.
Respira
Enterre nossos planos.
Mata minha vontade, sou descartável
...lembra?
Jogue-me ao fogo
...faça do meu corpo apenas uma oferenda.

Deixe-me seguir
Em meio aos arbustos espinhosos e gritos de agonia
O caminho mais doloroso e longo que já tracei
Sem medo, aos prantos, arrependido.


Fui teu abrigo, teu sorriso, o teu mais suave suspiro, fui teu homem, teu menino, tua força 

fui tua vontade louca, tua vida e teu martírio
Ao lembrar de cada passo
Provo o meu próprio sangue envolto em devaneios,
Mato-me por inteiro

Vivendo irracionalmente na loucura e insensatez
Deixo-me sem respirar ao nascer do sol, em busca da luz do teu farol, me suicido sem receio.


Ah, maldito momento de fraqueza!
Mais um espelho quebrado enquanto afundo o rosto na pia branca transbordando sangue e água

Mais uma noite de morte
Uma última valsa assombrada
Sobrevivo à dança dos cortes
Cheio de cicatrizes e alma dilacerada

Abandonei minhas esperanças, sinto-me impotente
e como em um choro incessante de criança, vivendo essa mudança
Perdi meu sorriso eternamente.

- Rodrigo Neves

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