Na encosta do teu mar formei meu porto
Enquanto grito às tuas ondas que me afogam e salgam meu corpo
Sobre o vento que rasga meus braços enquanto seguro nas rochas da tua extensão
As pontas que atravessam e os espinhos que perfuram minhas mãos
Como não olhar aos céus, se seu sorriso de mel envolto pela magnitude dos raios de sol me abraça?
Entrego-me de corpo e alma
Naufragando a teu favor, alimentando-me do teu amor
Nas encostas desse mar, o teu mar
O teu toque e pestanejar de olhos
Quanto as nuvens carregadas encobrem o céu de algodão
Enquanto não houver esperança nem resolução
Absorvido pela tua natureza
Coagido por tua beleza
Sinto-me parte da tua fraqueza, da mais profunda grandeza, alimentando tua franqueza em cada passo
Nas rochas, diluindo minha carne em cada abraço
Jogado contra os fatos, o grito da chuva me chama
Atordoado, aos teus corais me deixo diluir, em um grito abafado, conforto dobrado, deixa-me ir.
- Rodrigo Neves
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