domingo, 25 de novembro de 2012

Resquícios

Finalmente em casa.
Mas o que há de tão errado, que faz-me sentir vazio e sem inspiração pra continuar?
Sinto-me enojado com esta situação, escondendo-me por detrás destes retratos de minha infância.
Não decidi ser assim, sincero e realista. eu poderia ter me aceito na ilusão, assim como todos presentes neste entardecer tão fatídico.
Onde estão minhas garrafas de álcool etílico, e meus cigarros? gostaria de adiantar logo esse processo, tão doloroso, como permanecer aqui.

Sua voz dizendo: "permaneça, te farei feliz" é transformada em um grito de desespero expelido por mim, fazendo com que toda a vizinhança se preocupe e se esconda em seus trajes de velório.
Estou à beira da loucura, caralho!
Nem ao menos me lembro onde guardava meus remédios, tão necessários nessa hora do dia. 

De que adianta permanecer, apenas em corpo, nessa jogada mal investida do destino?
Porra! quero meus cigarros, destruindo meus pulmões, enquanto ouço alguma música que me impulsione a fazer o pior.

Minhas lágrimas simplesmente deixaram de existir, e o bem maior, um dia previsto, torna-se meu maior desespero.
Os céus não mentem, já é hora de partir, de deixar-me à merce da sorte, assim como fiz tantas vezes, ao perder meu eu em você.

- Rodrigo Neves

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